E a nova Fórmula 1, não para de incrementar suas regras. Nesta última semana a Federação Internacional de Automobilismo (FIA), adotou mais uma para a lista. A decisão do campeão mundial agora é diferente. Não será o piloto que pontuar mais, e sim o piloto que vencer mais grandes prêmios. Por exemplo, mesmo que Lewis Hamilton, da Mclaren marque 89 pontos e Felipe Massa, da Ferrari, obtenha 87, o maior número de pontos não dará ao inglês o título mundial. Ele só receberá o título caso tenha mais vitórias que o brasileiro. Os pontos ficam em segundo plano, sendo critério de desempate, – nunca um campeonato ficou empatado no número do pontos, para uma decisão de título – caso Massa e Hamilton tenham o mesmo número de vitórias.
Caso o novo sistema fosse implantado desde o início da Fórmula 1, doze campeonatos teriam o desfecho diferente do que foi:
A Emoção termina mais rápido{-}Com o sistema de vitórias, predominando para o título mundial, o campeonato poderá se tornar monótono. Se o piloto A, da equipe X, vence de cara 4 de 6 corridas, o que faremos com o piloto B, da mesma equipe X? Tal exemplo fica pior em uma equipe como a Ferrari, que possui dois pilotos com chance de título, o brasileiro Massa e o finlandês Kimi Raikkonen, o segundo campeão em 2007 – Raikkonen, inclusive venceu em 2007 o título da F1, de forma apertada, e como zebra, conseguindo um feito inédito na última corrida e ficando 1 ponto à frente de Hamilton. Caso o campeão fosse quem obtivesse mais vitórias, o finlandês correria em Interlagos como o grande favorito, já que era o piloto com mais vitórias até então (terminou o ano com 6 vitórias, contra 4 de Hamilton e Alonso) –. Logo as equipes terão de escolher o primeiro piloto. Aquele que vai lutar pelo título para defender a equipe. Ao segundo piloto, basta apenas a função de escudeiro, e a luta para... Quem sabe ser o vice do ano.
Reginaldo Leme, comentarista da TV Globo, discorda do novo sistema imposto pela FIA. “Não concordo com a mudança, não tem muito sentido o piloto com maior número de pontos durante o ano não ser o campeão. Há o risco de o campeonato ser decidido a 3 ou 4 provas do fim da temporada”. Exemplifica o comentarista para o jornal O LANCE, do dia 18 de março. Ex-piloto de Fórmula 1, Ingo Hoffman, também dá a sua opinião no mesmo jornal impresso. “É ridículo. Uma medida totalmente infundada que pode até mesmo fazer com que algumas equipes mandem um carro voltar aos boxes em uma determinada corrida, caso não tenham chance de vencer para poupar o equipamento” comenta o ex-piloto.
Hoje, pelo campeonato paulista de futebol, ignoraremos o Palmeiras, líder com 36 pontos. Digamos que o Corinthians – em segundo, 30 pontos – fosse o primeiro da tabela, e o São Paulo – terceiro, 29 pontos – fosse o vice-líder. O São Paulo seria o beneficiado com a nova regra, já que possui uma vitória a mais (9-8) que o Timão, portanto se o campeonato determinasse o campeão por ponto corridos, a equipe do Morumbi seria a vencedora. A regularidade acaba perdendo o valor.
Torna-se algo confuso. É esse o adjetivo que usa o espanhol bi campeão de Fórmula 1, Fernando Alonso, piloto da Renault. “Não entendo a necessidade de mudar as regras deste esporte constantemente. Acho que este tipo de decisões só pode confundir os torcedores” opina o asturiano em texto publicado no site de esportes da globo. De acordo com o correspondente na Europa, do jornal O LANCE, Luiz Fernando Ramos, é realmente isso que pensa a Associação dos Times de Fórmula 1 (FOTA). O jornalista transcreve a opinião da associação, dizendo que a medida só serviria para “tornar o esporte mais confuso para torcedores e patrocinadores”.
www.ddavid.com/formula1/images/piq1.jpgO grande perdedor, caso o sistema já existisse seria o brasileiro Nelson Piquet, tri campeão mundial da categoria que perderia dois títulos, em 83 e 87.
Por outro lado... {+}Nelson Piquet manteria o título de 81. Já que com o mesmo número de vitórias do concorrente da época, Alain Prost, o brasileiro venceria pelo critério de desempate, a soma de pontos. Piquet somou 50, contra 49 do francês.
Desempate esse que será a grande cartada para a luta dos pilotos até o final de cada prova. Em todos os anos de disputa da Fórmula 1, em 9 oportunidades (1958, 1961, 1964, 1976, 1981, 1984 – meio ponto – 1994, 2007 e 2008), a diferença do primeiro, para o segundo colocado.
Mesmo para leigos, o sistema de vitórias beneficia aquele que lutou mais pela vitória. Wagner Colluci, radialista profissional e leitor assíduo do 1º GP, não tem duvidas na sua opinião. “Quem ganha mais tem que ser o campeão, essa é a lei geral. Justo. É o cara que ganhou mais, pois se o outro manter a média de 2º e 3º, e ficar na frente no número de pontos, não será justo, pois ele não venceu nenhuma vez.
A opinião de Colluci cabe muito bem ao ano de 1958, onde o inglês Stirling Moss, pela equipe Vanwall, venceu 4 corridas, mas o campeão, foi o também inglês Mike Hawthorn, pela Ferrari, com apenas uma vitória.
http://luiscezar.blogspot.com/2008/07/melhores-fotos-de-2008.htmlO número de vitórias sagrando o grande campeão, tornará lutas intensas pelo primeiro posto. Com um final de temporada eletrizante, com muitos pilotos com chance de título. A frieza de Kimi Raikkonen nada adiantará no momento de buscar regularidade. O torcedor se interessará mais pelo circo da velocidade. Quem sabe até, vendo pilotos diferentes frequentando o ponto mais alto do pódio. Gênios do volante é que não vão faltar.
Enfim...{-/+}Seja qual for a sua opinião para a novo critério, tenha certeza que daqui uma semana, fortes emoções vão rolar nas pistas de todo o mundo. Para quem sabe o melhor ano da Fórmula 1. Só não vale ficar em cima do muro, como o amigo e estudante do 3º ano de publicidade e propaganda, Pedro Nami. “Eu acho polêmico. Pois ao mesmo tempo o piloto que teve mais vitórias teve seus méritos, mas o regular também, porque ficou lá em cima da tabela a temporada inteira, e as vezes o que mais venceu não ficou em cima da tabela o tempo inteiro” comenta.
Análise e dê sua opinião. Mas a resposta, deixo para os pilotos dentro da pista