Faltou coragem aos ingleses

Os ingleses da Brawn esqueceram que são os melhores do ano. Uma tática de 3 paradas deixaria os dois carros rápidos por muita voltas, e usariam os pneus duros – mais lentos – por poucas voltas. Essa era a estratégia. Sendo que com uma tática igual aos rivais, eles se sobressiríam do mesmo modo.

Logo na largada o melhor piloto do final de semana, o brasileiro Rubens Barrichello incrivelmente assumiu a ponta. Felipe Massa da Ferrari também fez ótima largada, ultrapassando o alemão Sebastian Vettel da RBR. Nas primeiras curvas um acidente envolvendo duas STR, uma Toyota e uma Force Índia. O italiano Jarno Trulli saiu da pista, chicoteu e voltou ao asfalto. Foi o que bastou para o início da confusão. O alemão Adrian Sutil encheu o carro japonês, enquanto o francês Sebastien Bourdais subiu no carro do seu companheiro Sebastien Buemi. Pela 4ª vez no ano o Safety Car entrou na corrida, desta vez permaneceu apenas 4 voltas.


Enquanto na 6ª volta o finlandês Heikki Kovalainen, da McLaren, abandonava a prova, o líder Barrichello e Button intercalavam em voltas mais rápidas. Na volta 18 – mais uma vez um finlandês abandonava, desta vez Kimi Raikkonen da Ferrari (problemas no acelerador) – o inglês da BGP entrava no pit. 9 segundos de reabastecimento indicavam uma mudança na tática. O líder do mundial faria então duas paradas apenas. Mesmo avisado da mudança de estratégia de seu parceiro, Rubinho, uma volta depois, parou e reabasteceu em 6 segundos e alguns décimos, seguindo com a tática arriscada de 3 paradas.

Foram cálculos atrás de cálculos. E Barrichello, ainda líder, abria do seu parceiro de equipe. Quando o brasileiro parou – pela segunda vez –, voltou na 4ª posição e Button líder, diminuía a vantagem que Barrichello havia conseguido no primeiro trecho. Segundo pit stop do inglês – após incríveis 30 voltas entre um abastecimento e outro – e o brasileiro da BGP assumia a liderença com 15s4 de vantagem. Era o momento de acelerar e garantir a vitória, já que Button estava com pneus duros – mais lentos, por volta de 1s no mínimo – e o Rubinho com macios. Foi aí que a equipe inglesa logo fez a 3ª parada do brasileiro que não aumentou em nada sua diferença para o segundo colocado, Jenson Button.

Com as paradas feitas 8 segundos separavam o então líder Button e o 2º colocado Barrichello. A partir das paradas finalizadas o inglês só abriu. O que era chance de vitória, se tornou chance de perder a 2ª posição, já que Mark Webber, o australiano da RBR – com 31 voltas entre o 1º e o 2º pit – encostava em Rubinho. Enquanto isso, Massa sofria com – mais – um erro da Ferrari. Com o tanque quase vazio, o brasileiro reduziu os giros do motor, para assim, diminuir o consumo. Foi assim que perdeu o 3º e o 4º lugar, primeiro para Vettel e depois para o piloto da casa Fernando Alonso, da Renault.

Mais uma vitória de Button – 4ª do ano – e a diferença aumenta para 14 pontos, entre ele e o vice-líder Barrichello. A vantagem do brasileiro para Vettel é de 4 pontos, enquanto a Brawn é a líder do mundial com praticamente 30 pontos de vantagem em cima da 2ª colocada RBR. 68 contra 38,5 da equipe Red Bull.


1- Jenson Button (Brawn GP) Vencedor
2- Rubens Barrichello (Brawn GP) +13.0
3- Mark Webber (Red Bull) +13.9
4- Sebastian Vettel (Red Bull) +18.9
5- F. Alonso (Renault) +43.1
6- F. Massa (Ferrari) +50.8
7- Nick Heidfeld (BMW) +52.3
8- Nico Rosberg (Williams) +65.2
12- Nelson Angelo Piquet (Renault) + 1 VOLTA