quarta-feira, 6 de maio de 2009

Kers ou não Kers, eis a questão

Está normal ouvir nos treinos da Fórmula 1 que devido a um piloto ser pesado, ele acaba não usando o KERS – sistema de recuperação de energia cinética –. O KERS utiliza a energia gasta nas freadas como compensação para o motor. Praticamente 80 cavalos a mais são usados quando o botão do KERS é acionado pelo piloto. Lembre-se, por volta se pode usar apenas 6 segundos de potencial adicional.

O equipamento pesa geralmente de 25 à 50 kg. Um carro de Fórmula 1, de acordo com as regras, deve ter o mínimo de 605 kg sem combustível. Claro que um carro pode passar de 605 kg, mas um Fórmula 1 mais pesado tende a ser superado pelos mais leves. Destes 605 kg, 500 kg são do carro. Por volta de 65 kg a 78 kg é a média do peso de um piloto. Soma-se, por exemplo 500 kg do carro com 60 do piloto e temos 560 kg.

Quando não existia o KERS, esses 45 kg restantes – referentes aos 560 kg (carro e piloto) que de acordo com as regras, devem ser no mínimo 605 kg, como peso total do Fórmula 1 – eram utilizados como “lastro”. Basicamente, lastro é o peso que as equipes podem utilizar para equilibrar o carro. Quanto mais lastro a equipe tiver de sobra, mais ela pode equilibrar o seu composto usando, portanto, mais chapas no carro.

O KERS é muito pesado – entre 25 kg e 50 kg –, devido a isso a BMW, no começo do ano, não colocou o equipamento no carro do polonês Robert Kubica, piloto mais pesado do circo. Já o alemão Nick Heidfeld, parceiro de Kubica, e mais leve, teve o equipamento. Com o adicionamento do KERS, o lastro diminuiu, e assim também a possibilidade de montar um carro mais equilibrado.

No começo é estranho entender, mas provavelmente a partir de 2010 o KERS já seja extinto, devido ao seu custo ser muito alto. As contas ficam, portanto, apenas até o final de 2009. Pena, para um equipamento tão transformador e inovador.

*A escolha do título vem da famosa frase: Ser ou não ser, eis a questão (no original, To be or not to be, that's the question) que vem da peça A tragédia de Hamlet, príncipe da Dinamarca, de William Shakespeare – meu chará –.

2 comentários:

  1. Muito bom seu texto Will, consegui entender melhor o famoso KERS. Muito obrigado.

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  2. o Kers realmente será uma grande perca pois é uma tecnologia muito bacana...
    Mas a intenção até onde eu sei, é reduzir custos, então provavelmente será mesmo banido.
    Sorte de quem tem para essa temporada.
    bçs

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